Depois de doar produção a desabrigados, empresa gaúcha vai investir R$ 14 milhões no RS

A empresa de geleias e doces Bom Princípio Alimentos decidiu produzir uma linha especial de produtos para doar aos desabrigados das enchentes. Cerca de 12 mil unidades de chocolates cremosos com rótulos "amor" e "coragem" foram distribuídos nos centros de acolhimento para desabrigados pela empresa gaúcha com 28 anos de história.

Alexandre Ledur, CEO da Bom Princípio - Divulgação

Essa não é a primeira vez que uma linha especial é produzida para eventos trágicos como as enchentes no Rio Grande do Sul. Na pandemia, uma linha foi desenvolvida para prestar apoio aos profissionais de saúde que atuavam dentro dos hospitais.

"Essa é uma forma de apoiar as pessoas num momento difícil de desabrigo", diz Alexandre Ledur, CEO da Bom Princípio.

A empresa também doou três toneladas de produtos da marca, como doce de leite, chimia, beijinho, brigadeiro e conservas, foram doados para a Defesa Civil de Porto Alegre. E mais 10 toneladas de beijinho de colher também serão doados até o fim do mês.

Investimento no Rio Grande do Sul

Apesar da tragédia, a companhia segue investindo no Rio Grande do Sul. Um novo centro de distribuição será inaugurado até o final do mês em Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. O novo CD e ampliação da fábrica tiveram investimento de R$ 14 milhões.

Com 3 mil metros quadrados, o novo empreendimento faz parte da estratégia da companhia para otimizar a distribuição de seus produtos para crescer 25% em 2024.

"O novo centro de distribuição vai gerar cerca de 25 empregos diretos, contribuindo para o desenvolvimento econômico local. Este movimento reflete o compromisso da empresa com o fortalecimento da economia do Rio Grande do Sul", diz o CEO.

Apesar de Sapucaia do Sul ter sido afetada pelas enchentes, o executivo afirma que a inauguração do novo centro de distribuição não foi impactada. "A cidade está em um momento de reestruturação e já existem condições de trabalho", diz.

Qual é a história da Bom Princípio

A Bom Princípio foi fundada em 1996 na cidade gaúcha que leva o mesmo nome, pelos sócios Alexandre Ledur, Beno Lunkes e Jandir Lunkes, que começaram produzindo chimia, geleia típica da colonização alemã que contém mais polpa, para vender em supermercados locais.

Com o passar dos anos, a empresa expandiu seu portfólio e suas operações. Em 2023, a Bom Princípio faturou R$ 160 milhões, crescimento de 27,4%.

A empresa começou com uma fábrica de 450 metros quadrados em Bom Princípio e, desde 2009, possui uma unidade em Tupandi, com 15 mil metros quadrados, onde são produzidos os 500 produtos do portfólio da companhia, como conservas, geleias, recheios e chocolates.

Atualmente, 60% das vendas são destinadas ao foodservice e 40% ao varejo, com forte presença em padarias, restaurantes, casas de festas e lojas especializadas.

Focada na expansão, a empresa está aumentando a capacidade logística. No final de 2023, a fabricante de alimentos inaugurou um centro de distribuição em Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, para aumentar sua presença no Nordeste.

Qual foi o impacto das enchentes

As fábricas da Bom Princípio não foram diretamente afetadas pelas enchentes. A produção foi interrompida por dois dias para que os funcionários ajudassem na resposta à emergência. Na empresa, nove funcionários foram diretamente impactados, e outros tiveram familiares afetados pelas inundações.

A empresa lidou com desafios logísticos para o deslocamento de mercadorias e o acesso aos principais pontos de distribuição por conta das estradas alagadas em todo o estado. No entanto, rotas alternativas já estão funcionando e a situação já está voltando à normalidade.

"O impacto nas vendas e na produção foi pequeno", garante o CEO.

Fonte: Exame



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