BRDE terá R$ 325 milhões para financiar setores atingidos pela enchente no RS

Uma linha emergencial de crédito, no valor de R$ 325 milhões, foi criada pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) para apoiar a retomada das atividades de setores fortemente atingidos pela enchente de maio. O programa Em Frente RS terá carência integral de 12 meses e mais quatro anos de prazo para pagamento do valor financiado, com prestações decrescentes, que vão caindo a cada mês. 

Pepo Kerchner / Divulgação

O programa é destinado, prioritariamente, para socorrer permissionários do Mercado Público e da Estação Rodoviária de Porto Alegre, comerciantes que operam na Ceasa-RS, empresas situadas no 4º Distrito da capital e o segmento de bares e restaurantes. 

Detalhes do programa foram divulgados nesta segunda-feira (15). A linha de crédito do BRDE é exclusiva para empresas situadas nos municípios abrangidos pelo decreto de calamidade pública. 

O financiamento está entre os mais acessíveis no mercado, com custo fixo de 10% ao ano. Os juros serão equalizados com recursos do Fundo Impulsiona Sul, instituído própria instituição de fomento.  

— É um grande esforço que o banco e o governo do Estado estão realizando para auxiliar setores responsáveis por milhares de empregos. Muitas dessas empresas estão há mais de dois meses com suas atividades prejudicadas, por isso criamos um programa acessível e que vai dar uma resposta rápida e efetiva — destaca o diretor-presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior. 

Ranolfo lembra, também, que a definição dos segmentos a serem atendidos nesta primeira fase do programa tem como motivação os desafios que eles estão enfrentando para voltar à normalidade: 

— Quando falamos de Mercado Público, da Rodoviária de Porto Alegre e dos feirantes da Ceasa, estamos falando de empreendedores e de serviços que atingem todas as regiões do Estado. Já a retomada dos bares e restaurantes significa manter milhares de empregos — frisa o presidente.

No mês de maio, por conta do desastre climático, a área de alimentação respondeu por 42% das demissões no RS. 

Como acessar o financiamento 

O programa estará disponível a partir do dia 29 deste mês. Para tanto, o BRDE acionará uma rede de parceiros operacionais (Cresol, Sicredi, Sicoob) que serão responsáveis pelo recebimento dos pedidos. Os contratos serão celebrados, na sequência, diretamente pelo BRDE. 

Para o diretor de Planejamento do banco, Leonardo Busatto, a operacionalização do programa através das cooperativas conveniadas amplia o leque de opções no atendimento às empresas interessadas: 

— Com os prejuízos que muitos empreendimentos sofreram, o programa terá uma importância enorme e decisiva para a retomada de uma grande parcela de empresas. Queremos que o recurso chegue na ponta o mais rápido possível.  

Busatto salientou, também, que entre as preocupações na modelagem do programa foi buscar atender a um maior número possível de empresas: 

— Definimos um teto de financiamento conforme o tamanho de cada empreendimento, mas acima de tudo o diferencial está no custo acessível para esse momento de dificuldades — ponderou o diretor. 

Modelos

O programa fixou em R$ 150 mil o financiamento máximo para empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, e de até R$ 500 mil para empresas que faturaram entre R$ 4,8 milhões e R$ 16 milhões por ano. Já para empreendimentos com receita bruta acima de R$ 16 milhões anuais, o limite de crédito é de até R$ 1 milhão. 

O programa Em Frente RS, além do custo fixo de 10% ao ano e o prazo de carência, terá também diferencial as prestações ficando menores a cada mês, conforme os exemplos abaixo: 

Financiamento de R$ 100 mil

  • Não paga nada durante a carência de 12 meses 
  • Começa com prestação de R$ 3.160,00 e termina com R$ 2.304,00 
  • Valor acumulado ao final de cinco anos: R$ 131.457,00 

Financiamento de R$ 500 mil

  • Não paga nada durante a carência de 12 meses 
  • Começa com prestação de R$ 15.800,00 e termina com R$ 11.522,00 
  • Valor acumulado ao final de cinco anos: R$ 657.285,00 

Financiamento de R$ 1 milhão

  • Não paga nada durante a carência de 12 meses 
  • Começa com prestação de R$ 31.603,00 e termina com R$ 23.044,00 
  • Valor acumulado ao final de cinco anos: R$ 1.314.571,00
Fonte: GZH

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